segunda-feira, outubro 15, 2012

Sol de gentil presença

Porque você dá graça a (quase) tudo!
Sei lá, é Verão o tempo inteiro.
Até a dor morre de rir de você lá.

Se um dia alguém fez que não via,
céu de chumbo nos seus olhos,
ou disse até que não seria, que não valia,
calou sua voz, desfez seu nó,
Só ria.

Deixa a onda levar a lembrança,
o rancor desse alguém,
que o tempo passou e te fez mais criança,
mostrou o tamanho que sua alma tem.

Seu fruto é doce e terno que só.
Deixa nascer esse sol, deixa brilhar meio dia
que o sol dessa hora não lembra da história
da lua falando que o sol não viria.

E raiou! Partiu o céu no meio e a terra se abriu!
E é dia todo dia, o sol de você só se põe
a aprontar a estréia da manhã que será.

Porque você dá graça a (quase) tudo.
Sei lá, todo mundo se abraça o tempo inteiro
E, no final, não se fecham as cortinas.

sexta-feira, outubro 12, 2012

Um grito (como aquele)

É, foi assim que aconteceu.
Você chegou por acaso,
sem pretensão nenhuma.
E ficou. Te respirei naquela hora
E depois dela muitas outras horas.
Só inspiração.
Em momento nenhum expirei você,
em momento nenhum você saiu de mim.
Desde aquele dia você vai onde eu vou.
Porque eu preciso dos meus pulmões
e eles só vão onde você estiver
e têm a forma que você der a eles.
O ar em mim tem a cor da sua alma.
A alma em mim tem o som da sua voz.
A voz em mim é muda por fora e grita por dentro,
porque você não sabe que mora aqui.
Nem vai saber.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Papo de passarinho

Exatamente como ele disse.
Quando te conheci, além de belo você era livre.
E hoje te vejo abraçado à gaiola
e nem reza brava te tira daí.

Falei várias vezes do mundo lá fora
e nem pra olhar pr'outro lado você se esforçou.

Eu durmo e acordo sonhando em voar
você dá mil motivos pra rastejar.
Eu falo das asas que você tem,
você com esse papo de cruz pra levar.

Mas pior que isso tudo ainda é ver
que o homem mau que te enjaulou foi você.