sexta-feira, setembro 30, 2011

Uma grande licença para "Rendi-me."

Texto de inauguração no Tublr.
Escrito por uma angústia que precisa ser dita.
Transcrevo o texto na íntegra:

Rendi-me.

Desde que ouvi falar no Tumblr. surgiu em mim aquele “PLIM!” de ideia certa. Eu não sei exatamente porque. Estava Estou (estou?) feliz com o Twitter e ainda inventei de ter Facebook… Resisti ao Tumblr por vários motivos subjetivos, mas principalmente porque sabia que ficaria “fissurada” nele.

No Twitter entrei apenas pelo prazer de ser do contra. Poucas pessoas usavam e era uma janelinha pra comentários (e desabafos) aleatórios das outras redes sociais. Era a válvula de escape que ejetava tudo o que me apertava no Orkut (É! Lembra dele?), no MSN e até na vida real… Fazia comentários sem detalhes e nenhuma citação. Bons ou ruins (sim, também tinha coisa boa!), eram descargas que me permitiam livrar a mente de muitas coisas, em sua maioria, desnecessárias.

Hoje o Twitter é tão popular quanto o Facebook que, por sua vez, é (quase) tão popular quanto o Orkut em sua plena força. Qualquer mínimo comentário é captado e interpretado como indireta (ou direta) para pessoas que, na realidade, não têm absolutamente NADA a ver com a questão! Nem estavam no pensamento enquanto o tweet era composto! Ou, ainda que a pessoa saiba do que se trata, interpreta de forma completamente distorcida, como se fosse (porque passa a ser) uma grande afronta a ela. E, muitas vezes, o twitteiro sequer tem chance de ser e viver, escrever e falar, sem se preocupar com a forma que terceiros (?) vão encarar (ou não) o tweet em questão.

Obviamente não estou falando de provocações e rixas, “barracos online” e nada assim! E também aplica-se às demais redes. A questão que levanto é aquela máxima “Sou responsável apenas pelo que falo, não pelo que você interpreta.” Uma vez que a pessoa se viu no tweet ou em qualquer manifestação pessoal sobre determinado assunto/pessoa, por que não vestir a carapuça e assentar-se? Por que a fúria? Por que julgar o autor? Você nunca escreveu nada que servisse a ninguém? Se acha tão especial a ponto de pensar que todas as opiniões daquela pessoa referem-se a você? Não é muita presunção da sua parte?

Bom, isso partindo do pressuposto de que a opinião manifestada não foi pra você, né?! Mas, partamos do pressuposto oposto: E se foi pra você? Serviu? Então vista. Não serviu? Jogue fora! Qual é o problema? Uma vez que ali não tem seu nome, nem provas e “links” (qualquer forma de rastrear e expor) que levem a você, por que se importar tanto com algumas palavras resmungonas? A não ser que você concorde com elas, assim explicaria (mas não justificaria) seu estresse para com as opiniões em questão. Fora isso, não.

A questão é que liberdade de expressão é um direito de todos desde que não agrida nem exponha ninguém. A opinião em forma de tweet ou seja lá o que for agrediu você, ainda que de forma subjetiva, inegavelmente? Não poderia ser uma opinião sobre qualquer outra pessoa? Vale repensar. Porque, da mesma forma que temos nossos direitos como seres humanos de sermos respeitados, ter nossa integridade e moral garantidas e etc, queremos nossos direitos de livre expressão. Então há que reconhecer os mesmos direitos para todas as pessoas. Ou você é tão MAIS especial assim?

Bom, então viva SUA vida. Seja você e não o outro. Tenha suas próprias tendências e opiniões. Busque suas próprias fontes, monte seu próprio quebra-cabeças em vez de montar o alheio e pintar com suas cores para parecer original. Não se prive de seu maior direito que é ser você. E lembre-se que os outros só têm na sua vida a abertura que você lhes dá.

Enfim, este era um post de inauguração e quase virou um discurso de Fidel.

Falarei de coisas relevantes e inúteis, sobre música, palavras e gestos. Fragmentos do meu Universo.

“Sei que quem sou e o que/quem amo não podem ser tirados senão por mim. Sei que existem pessoas brilhantes e que outras vivem às sombras das primeiras. E sei que sirva a quem servir, vista a carapuça e se assente.” Eu mesma - no Facebook às 10:29AM em 29/09/11.

sábado, setembro 10, 2011

Futuro do pretérito


Além de todo escuro, a luz se acende
A candeia do peito pisca, mas reluta
Forte que é, não se apaga nunca.
Nunca é sempre não acontecer.
Sempre não acontece da gente se ver.
Enquanto eu me vejo em você
vejo você se perder em mim
Todo seu não saber de tudo em mim
adormece tudo que pode ser o todo em nós.
Não me faça perguntas,
eu não tenho respostas.
Tenho apostas que não chegaram ao fim.
Ganhar ou perder já não importa
Aprendi a traçar meu caminho
e lembrar de onde vim.
Se sei viver, não sei.
Espero apenas saber morrer
Pois na morte já não sou, mas fui;
já não tenho, tive; já não faço, fiz.
E nada nem ninguém mudará meu final.
Afinal, que pode a vida diante da morte?
E que pode a morte diante da vida?
Discursam uma à outra,
em luta infindável,
pela beleza maior.
E há beleza maior do que permitir-se
notar que a luz se acende além de todo escuro?
Diante da vida ou da morte,
este detalhe desfaz a desgraça
e espelha a frágil grandeza do ser.
Somos frágeis, meu amor,
e nada há que nos enlace.

Título: @Rei_LV