Se escrevo é para afogar as mágoas do peito e ver nadarem as ideias da mente.
quinta-feira, agosto 28, 2014
Múltiplas escolhas
porque quem avisa amigo é:
Essa dependência vai te matar qualquer dia.
Você não se move, não se atreve nem se ilude.
Vive crendo que a vida vai ser sempre a mesma coisa.
Mas a vida já não é mais a mesma,
nada fica no lugar onde foi posto.
E os passos que você deu não parecem ser seus.
Tudo bem não saber pra onde vai,
caminhar já é um bom começo
e na estrada você escolhe o destino.
Mas o que parece, meu amigo,
é que você vai ser sempre isso aí;
sempre a mesma pedra parada à beira do caminho.
Quanto você caminhou até hoje?
Sozinho. Por si só.
E quanto, meu amigo, você ajudou alguém a simplesmente ir?
Você se satisfaz com muito pouco.
Qualquer mais ou menos está de bom tamanho.
E quando a gente pensa que se move...
Vê que só levantou pra se coçar... Já voltou pro lugar!
Vai ser assim pra sempre?
Vai morrer onde está?
Vai escorar a vida num alguém ideal a vida toda?
E quando descobrir que ideais não existem, vai fazer o quê?
Digo, naturalmente, esperando que faça algo.
Mas sei que é bem provável que não faça nada.
Isso realmente me preocupa.
Alguém que não tem nada a acrescentar.
Digo, tudo bem nascer sem acrescentar nada. - todo mundo nasce assim -
Mas depois de nascido ter algo a somar é opção.
E você opta todo dia pelo não.
sábado, agosto 23, 2014
Sobre dúvida e certeza
É bem possível que eu seja sempre assim, indecisa sobre a vida e sobre o mundo.
Sem certeza de mim... Imagine de você!
Eu vou ser sempre um poço de contradições,
amor e ódio sem perdão.
Eternidade e finitude em cada parte de ser.
E talvez (e provável) eu te faça mal.
E você não merece isso.
Merece a constância e a serenidade de você.
Merece ser feliz a todo e qualquer custo.
E tem a obrigação de ser vo
cê, de se descobrir, de se encontrar e se conhecer.
Coisa que você parece não querer. Mas deveria.
Você vai se encantar consigo.
Pense melhor a meu respeito.
Duvide de mim em todo caso.
Questione se represento tanto assim.
Vai descobrir que não.
Vai saber que sou do tamanho que você me faz.
E vai saber que às vezes te faço pequeno demais.
Porque eu sou assim, duvido de mim e do mundo o tempo todo.
Não tenho certeza de nada. Nem da dúvida!
Não posso ser o que você quer, porque preciso ser o que preciso.
E eu definitivamente não sei o que eu preciso.
Pense melhor a seu respeito.
Você é muito mais inteligente do que a vida que tem levado.
Pense melhor a meu respeito porque talvez seja sempre assim.
De tempos em tempos tudo começa a rodar
e outras variáveis entram na roda
e outros olhos e outros meios e outros talentos
e de repente meu estômago se embrulha!
Se apronta todo pra partir e você aí, andando em círculos.
Acho que deve pensar melhor.
Questionar a si e à vida.
É possível que não tenha nenhuma resposta,
mas ter as perguntas já vai ser um passo e tanto!
Me assusta essa sua fé incondicional em mim.
E se eu morrer? E se eu partir?
Você vai morrer atrás de mim?
E quando eu quiser ouvir alguém?
O que você vai ter a dizer?
Porque agora, quando quero ouvir alguém, não é você quem fala.
E não fala porque não tem o que dizer.
E não tem o que dizer porque não se enche de palavras.
E saco vazio não para em pé.
E você e eu sabemos muito bem que você adoraria ter o que dizer.
Enfim... Vou me calar.
Mas pense bem. Duvide de mim e talvez então eu tenha uma certeza.
segunda-feira, agosto 11, 2014
Bilhete sobre a cômoda
Agora sua dor começa a te encontrar...
Eu bem que te avisei que ela viria.
E juro que não fiz nada, não antecipei sua chegada nem me esforcei pra isso.
Só estou dando tempo ao tempo
E no tempo dela ela começa a aparecer lá longe.
E no tempo dela ela começa a desatinar em você, te fazer saber que ela vem e é toda sua.
Eu bem que não queria isso.
Você sabe que não.
E você bem que se aplicou a me jogar pra longe sem nem sonhar que estava mesmo era trazendo a dor pra dentro de você.
Agora ela já vem, está quase aqui e eu quase lá.
Eu avisei que seria assim.
Mas você nunca se importou em me ler direito.
quinta-feira, agosto 07, 2014
Previsão do tempo pra daqui a pouco
A verdade é que tudo dói por você
Mas eu vou conseguir
Você vai ver
E vai lamentar em mim
Vai querer voltar no tempo e me guardar no abraço
Morro todos os dias
E com tudo isso agora
Morro mais a cada instante
E vou morrer até o fim.
Vou morrer assim e ficar inerte.
Você vai sentir.
Vou morrer nós dois sozinha.
Vou me matar pra morrer você.
Mas vou ressurgir
E você não.
Serei novamente apenas eu.
E você vai sofrer a sua morte.
E vai desejar ter estado lá pra impedir.
E vai morrer em si por me ver tão eu.
Vai me ver como sou, como sempre fui, sempre eu.
E vai morrer por dentro querendo estar comigo.
E vai ser tarde demais pra você.
Pra mim vai estar só começando.
sábado, agosto 02, 2014
AR
Vou exorcisar você de mim.
Devagarzinho seu reflexo vai sumir
Bem devagar você vai sair do meu sorriso
E eu sei que lá no fundo a maior parte de você me quer pra vida inteira.
Quem sabe até eu não te faça chorar?
Sem querer, sem saber e sem achar
Mas não será então tudo o que você se esforça em ter? Eu de repente me soltar de você?
Porque é isso o que você prega
E é isso o que você faz
Tenta me proteger de você.