segunda-feira, outubro 22, 2007

Rimas Sôltas


Coisas que a vida não espera e de repente acontecem, vapores de música cortando o céu.
Como somos frágeis! O mundo em redor parece tão grande! Os sonhos de vidro caíram ao chão, pó de estrela nas calçadas, tons de sorrir em vão.
Ai! Que a tristeza resolveu morar comigo! E enquanto é tempo os vizinhos estão de partida!
Tempo, que tudo detém em seus maus e fortes braços, leva-me até o outro lado da rua, pra que de lá eu veja o céu.
Azul cortado por grades escuras, tentando compor um choro qualquer.
Ai! Que a vida aqui vai fraca demais! Sem cheiro de chuva, só água lá fora querendo lavar a solidão.
E a vida que um dia cantou pelo mundo, só quer um travisseiro e uma ponta de escuridão.

Uma chuva qualquer


Era um tempo morno, cheio de vãs aspirações.
A ansiedade me rodeava como agora rodeia minhas mãos.
Os olhos que me olharam não me viram e até agora os sons que me tocam não me ouvem.
Estava uma noite fresca e calma, pra contrastar as mornas sombras em mim.
Então fez-se raio na madrugada, cortou o salão sem que eu visse.
Sorriu. Ensaiou algumas tímidas palavras, meio sem vontade de nascer...
E então vi, li, reparei cada detalhe, cada expressão.
Na cena que se fez a voz se calou. Balbuciei qualquer sílaba tentando manter a pose.
A chuva veio lavar a ansiedade que me sujou por inteiro.
Um "até logo" me foi jogado meio sem vontade de viver...
Seu rosto estava longe, desceu as escadas em busca do tempo...
Outros olhos me viram, me acharam nas gotas humanas. Sorriram e falaram, mas que tenho eu com eles? Que tenho com os seus?
Mais tarde a chuva correu fina e os raios maus lembraram tudo outra vez, também havia trovões, mas não pude decifrar o que diziam...

segunda-feira, outubro 08, 2007

Dias ruins


Hoje não é o melhor dos dias. Não quero falar de coisas boas, não posso.
Me veio uma gradativa tristeza em decorrência de algumas coisas, pra melhorar, ainda assisti a um filme horrível esta tarde.
Tenho vontade de dizer coisas chatas. Acho que é como acordar de madrugada sem o cobertor.
Talvez eu me importe demais com as coisas, ou as pessoas se importem de menos.
Em todo caso é como estou hoje, chateada, com algumas coisas na mente.
Sim, hoje tenho idéias e opiniões na mente, mas quando tento expulsálas pelos lábios elas se rebelam, sentam-se numa enorme greve e fico com cara de boba pra mim mesma.
(Não pense que eu as diria para outro alguém)
Busquei algumas músicas, sons que me acalmem os nervos, que me digam discretamente que as coisas vão ficar bem, que tudo vai passar. Sem chance, as coisas chatas destes últimos dias tomaram meus ouvidos e olhos. Levam-me facilmente a cenas ruins.
Assim escorre o tempo, sem eira nem beira, correndo de mim porque ninguém gosta de sentar-se ao lado de alguém chateado. Principalmente eu.