quarta-feira, junho 22, 2011

04/06/11 - O Teatro Mágico em Tiradentes/MG

O sábado acordou mais cedo, quase tão ansioso quanto eu que acordei às 06:00AM, ansiosa sobre como seria o show.
A saída que deveria ser às 09:30AM, deu-se às 10:40AM. Quatro amigos de BH a Tiradentes, o roteiro: chegar lá, procurar o local do show, pegar os ingressos, almoçar, curtir a cidade e voltar ao local pelo menos 4 horas antes do início do show.
A viagem em si foi uma delícia, nada como bons amigos e uma estrada de Minas pra renovar as forças!

02:00PM - Chegamos, pedimos informações aos moradores e encontramos o caminho (das pedras) pro Shopping Libertas, onde seria o show. Quando estávamos quase chegando, na pista contrária, depois da curva, apareceu um ônibus azul enorme!
"O Teatro Mágico" - gritou alguma coisa dentro de mim.
Paramos o carro ao lado do ônibus, o motorista desceu confuso, procurando alguma coisa na praça. Eram eles.
No carro: "siga o ônibus!", "Não! Vamos pegar os ingressos!”, “Eles também vão pra lá!", "Segue logo esse ônibus!" hahaha Nossos eus brigavam entre certeza e intuição! Seguimos rumo ao Shopping. Se fossem eles, fariam o caminho de volta e estaríamos lá para recebê-los. No local tinha um elefante no portão e um banner com foto da trupe. Entramos como quem não quer nada, a trupe técnica estava trabalhando a todo vapor! Filmamos, olhamos, enrolamos, fomos ao banheiro (rs), tudo pra ficar lá mais tempo, não ter que sair, mesmo que o ônibus não voltasse àquela hora. A simples atmosfera preparatória para o show era convidativa e aconchegante. Ninguém queria sair de lá.
Fomos almoçar, passeamos entre moradores e visitantes. Passeio e almoço que me pareceram intermináveis, tamanha ansiedade! Com o celular mantive o Twitter atualizado de tudo o que estava acontecendo e deixei vários recados aos amigos que deveriam estar lá conosco, mas não puderam.

04:30PM - Voltamos ao local do show. Sim, 07:30hs antes do início dele. Os organizadores pareciam parte da trupe, simpáticos e tranquilos, conversamos o quanto foi possível. E a noite chegava, a ansiedade ia me digerindo lentamente.

06:30PM - Pouca luz natural e a trupe chega para a passagem de som. Eu, míope que sou, não vi que eles conversavam com alguns outros poucos fãs (tão ansiosos quanto eu) que já estavam lá. E, quando vi, já se dirigiam ao palco. Fiquei com alguns "ois" enquanto andavam e uma foto com o Galldino. Esperança de fotos e conversa transferida para depois da passagem de som. A Tum e a Deinha testavam o equipamento lindamente, com suas roupas de inverno. Fim da passagem de som. Galldino, Fernando Anitelli, Willians Marques e Fernando Rosa foram os que consegui cercar... Sem muito sucesso, uma vez que iam jantar e haviam outros fãs ansiosos... Foi apenas uma foto dos amigos com cada integrante citado e assim descobri (da pior forma) que meus amigos têm mal de Parkinson: As fotos onde apareço saíram tremidas.
Enquanto isso o sr. Odácio ficou montando a lojinha, um doce de pessoa ele! Uma menina fofa, de olhinhos brilhantes e cabelos cacheados ganhou uma camisa do Fernando Anitelli, presente dele mesmo. E lá se foi a trupe preparar-se para o show, enquanto uma menininha esquecia o frio que sentia e desfilava orgulhosa sua camisa nova.

08:00PM - Meus amigos resolveram ter fome. "Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira." - fominha, falei. E resolvemos, pelo bem de uma fã ansiosa, comer uma pizza ali mesmo. O local ia-se enchendo a cada minuto, fãs meio acanhados, longe da estrutura montada e uma moça sozinha lá na frente, aos pés do palco, só pra guardar lugar! (quem? rs)

00:00AM 05/06 - "Só Parênt", a banda de forreggae (forró+reggae), que abriria o show duas horas antes, abre o show no horário que O Teatro Mágico deveria estar pisando no palco. Mas ninguém ligou, nem protestou, nem se importou. Todo mundo começou a pular nos primeiros acordes. O som era bom, o show era bonito, o lugar já estava tomado pelo público e o frio tentava vencer todo mundo. Pobre frio, não tinha a menor chance!

02:00AM - Depois de levantar a galera, Só Parênt termina de preparar o público para o Parto que viria. Fernando Anitelli entra no palco com o manto vermelho e "o Parto ocorre"! Festa, alegria, comemoração, sorrisos, brilho, muito brilho e cantos desabafados! Onde estavam os fãs acanhados de horas atrás? Pariram uma paixão que tomou conta de todo mundo. Eram pais e mães orgulhosos de seus amores e gritos. O show se passava dentro deles e seus olhos não acreditavam no que viam. O Teatro Mágico em Tiradentes. Era isso mesmo? Era. O Teatro Mágico estava em Tiradentes e os fãs curtiam um sonho meio verdadeiro a cada música. Abaçaiado, Deinha Lamego e Tum Aguiar soprando chamas em nós, Camarada d'água, Pena, Sonho de uma Flauta, Brilha Onde Estiver e o solo arrasador do Miguel Assis, Anitelli com Michael Jackson, Zaluzejo e a guerra vocal, os solos do Fernando Rosa, Willians Marques, Silvio Depieri e Galldino... Todos saíram do palco. E o público puxou com palmas sincronizadas: "Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você, só enquanto eu respirar...". Era (mais uma) brincadeira do Anitelli, a trupe voltou ao palco com outras canções. Um show que Tiradentes realmente merecia presenciar. Assim foram as duas horas de um show histórico numa das cidades mais históricas de Minas, sob o olhar orgulhoso do sr. Odácio, que filmou tudo lá do camarim do filho.

Abaixo fotos e vídeos dessas 26 horas que fiquei acordada:

Encontramos o ônibus d'O Teatro Mágico
Preparação para o ShowTM - trupe técnica
Trupe técnica - iluminação e setlist

Vídeo do Youtube: Sonho de uma flauta
Nele aparece a menina que ganhou a camiseta do Fernando Anitelli. Repara como ela canta apertando os olhinhos.

Outros vídeos do TM em Tiradentes no Yotube:
Amadurecência
Sonho de uma flauta - Tum Aguiar
Zaluzejo
A pedra mais alta - TM convida Só Parênt


Indo pra Tiradentes, parada num posto - rs


Homenagem aos amigos que não puderam ir.


Passagem de som


Fernando Anitelli em Amadurecência - O Parto


Deinha Lamego


Tum Aguiar


Willians Marques


Fernando Rosa, Silvio Depieri, Galldino e Fernando Anitelli


Fernando Rosa


Fim de show - até a próxima!

segunda-feira, junho 13, 2011

Você não sabe

Quem você pensa que é
pra me fazer chover assim?
Eu lhe fui abrigo e abraço
a hora que quisesse,
o tempo que quisesse.
Ainda que não tenha nunca me amado,
não tem o direito de despedaçar meu peito
só por ser o meu amor.
E enquanto a dor trovejar em mim
bradarei do meu abismo
que o seu descaso fere mais que o próprio ódio.
Quantas lágrimas você fez chover de uma vez só?
Que raio de olhar é esse seu
que troveja o céu de minha terra?
De que canto do submundo você veio
que não vê que a dor que lhe dói - se é que realmente dói -
é a mesma que espalha a todas as terras?
Chuva cor de uva pra afogar quem você é.
Você não é quem pensa ser.
Quem você pensa que é?
Que faço desse amor agora?
Se lhe mato dentro de mim, morro também.
Se lhe deixo a vida, resta-me a morte.
Derramarei toda minha chuva dentro do abrigo que lhe dei,
e no abraço que lhe encaixei.
E, mais que desejar-lhe a morte,
desejo-lhe a vida em dilúvio perpétuo.
Todas as chuvas que molharam as terras,
fecundarão as sementes de amargura que caíram
desse seu doce olhar embriagante.

Abrigo

Se você quiser eu cuido de você
Te dou um abraço, desejo bons sonhos
te conto uma história e te faço ninar.
Serei seu abrigo nos dias de chuva,
nos dias de festa, confete e asas.
Sim, asas.
Te dou um par delas pra ter você meu.
Se você quiser, se fizer acontecer,
se deixar ser como deve ser.
Te deixo pensar quem ganha de mim,
e rio dos sustos que me fizer chorar,
e rio dos rios que nos levam pra longe.
Jamais seremos o mar que sonhei.
Mas, se você quiser,
transponho meus rios e acho suas águas.
Me afogo e me apago às suas margens.
À mercê da sua vontade, se apenas você quiser tudo,
e mais outro tanto, e apenas nós.

O segredo

Muito prazer, sou quem falta do seu lado.
Do tamanho do vazio do seu peito,
posso te fazer sorrir de nada,
perder os olhos à janela,
corar a face e esquecer palavras.
Muito prazer, sou o par perfeito pra você.
Mas você não pode saber disso.
Nunca saberá.
Talvez me veja, um dia, sem querer,
sem nem saber que somos tanto e tudo,
e vou partir sem que você relute,
nem sequer lute, nem sofra.
Você vai sofrer o vazio que deixei,
mas nunca o que preenchi.
Porque não o preenchi, não o preencherei.
Você nunca vai saber quem sou,
nem a falta que lhe faço.
Porque nunca vai saber tudo o que sou,
nem tudo o que seríamos juntos,
nem quantas vezes sorrio de nada pensando em você,
perco os olhos à janela,
suspiro você lá,
coro a face e me escondo,
esqueço toda a gramática!
Vê que não me sinto nem me acho como parece?
Me perco em você, nos seus olhos, seus dedos,
seus pés, seu caminho.
Sinto uma dor,
suspiro e lamento você nunca saber quem sou.
Perdão.
Não me tenha por efêmera ou supérflua.
Coro só de pensar em te dizer tudo isso.
Jamais falaria, jamais falarei.
Tantas outras pessoas especiais cruzarão seu caminho
e você jamais saberá que a saudade no seu peito
é por quem nunca se aqueceu nele.
E que também sinto saudade de você.

Um amigo bem importante


Eu hoje me lembrei de um amigo bem importante.
Não que tivesse me esquecido dele, de forma nenhuma.
Mas é que, às vezes, a saudade vem e me bate bem forte e me faz rir dos arranhões que deixa.
Meu caro amigo, hoje me lembrei de você: Dos piores exemplares de XY que já conheci! Mas, como amigo, a gente sempre releva todas as coisas.
Sua viramundice vezes está a seu favor, vezes contra você.
Lembra quando você disse que fui, um dia, um torturador ou diretor de CC (não vou explicar a sigla no mural – kkk), e que esse dia não estava num passado tão longínquo??? Kkkkkkkkkk
Cada coisa que você me arruma! Milk Shake que vem com cimento, retrovisor colado com fita crepe, eu que deveria vir com adesivo “Watch me sing” na maçã do rosto ¬¬’
Enfim... Qualquer coisa simples e (MUITO) besta que me faça ver como nascemos pra ser amigos/irmãos/companheiros de guerra, mesmo de longe. E como vivi 19 anos da minha vida sem você? Também não sei. Mas deve ter uma explicação científica bem parecida com a de “Como vivo depois dos 19 anos longe de você?”
A explicação é muito simples: Internalizando você.
Sim, talvez você já estivesse em mim e eu em você, desde sempre, a gente só não sabia.
E não me venha dizer que isso não tem lógica nenhuma, porque você simplesmente não tem a menor lógica!
E o gerador cerebral de pensamentos inúteis aleatórios e a Dis.Co.Mu.N.Al. – Disfunção Comportamental Multipolar Neurada Aleatória??? Superpoderes que comungamos e compartilhamos seus respectivos fármacos! Kkkk Sem me esquecer de meus Raio XX e superaudição!!!
Poderes que talvez eu já tivesse antes e você simplesmente me mostrou que eles sempre estiveram aqui como você.

Para Felipe Teles ;*

quinta-feira, junho 09, 2011

Iza (Belinha) Freitas

Queridos leitores e leitoras, conto com a compreensão de vocês novamente.
Aqui vai mais um post em homenagem a alguém.
Com um pouco de remorso, por não tê-lo escrito antes, deixo de dedicá-lo à sua legítima dona para dedicá-lo aos que a amam.
O nome dela é Izabela (Iza ou Belinha, para os amigos) Freitas. E, por pura ironia do destino, o post não vai pra ela, mas para seus pais, familiares e amigos.
Não fui sua amiga, acho que ela nem sabia da minha existência, mas quando pensava nela, tratava como "Iza", peço licença para que faça assim também aqui no post, sim?
Eu conheci a Iza (adivinhem) pelo O Teatro Mágico. De tanto ver os posts dela no Twitter, sempre ria dos RTs que eles faziam dela.
A Iza tinha uma doença congênita grave, eu não sei muito mais sobre isso, mas não importa. No dia 21/05/2011 Deus chamou a Iza de volta, sentiu saudade dos abraços dela e mandou um anjo (bem lindo e cheiroso) buscá-la.
Acredito que algumas pessoas são mesmo mais especiais que as outras e que todos temos algo a ensinar às pessoas que nos cercam. A Iza soube, sem dúvida, reforçar essas minhas convicções. No pouco tempo que "a conheci", nunca a vi reclamar nem se lastimar de nada, antes, ela sempre tinha uma piadinha irônica ou uma crítica camuflada. Às vezes, até sem querer ou perceber.
no texto "Se eu andasse", sem usar essas palavras ela diz "ACORDA, VOCÊ ANDA!"
A espontaneidade exalava dela, por isso muitas pessoas a queriam bem.
Meu preferido é "Capítulo 30". Um verdadeiro Universo descortinando-se bem diante dos olhos. E que bom saber que ela teve sensibilidade para ver todo esse Universo!
Outra convicção que sempre tive é de que "Deus dá filhos especiais a pais especiais", a visão que a Iza tinha de si e da vida era formidável, mérito principal dos pais dela, com toda certeza. Sem falar na dedicação deles, coisa que só pai e mãe sabem bem o que é.
A vida e a história da Iza só foram e são tão interessantes porque outras vidas se achegaram à dela. Foram essas "chegadas" que tornaram a vida dela móvel, mutante e rica. As histórias e os casos que ela contava, os tweets dela (rs)só existiram porque ela tinha pessoas com quem repartir toda essa graça. A família especial que ela teve naturalmente e a família que ela pôde escolher pra dividir a estrada.
É fácil perceber que a história da Iza conta também a história de seus pais, de seus familiares e de seus amigos.
O que lamento é não tê-la conhecido, nem feito nada pra que ela soubesse que em BH eu realmente admirava tudo isso.
A gente tem o custume de honrar e homenagear as pessoas depois que elas partem. Por que não fazemos isso antes, enquanto elas podem responder?
Não seria ótimo? Eu adoraria ter um comentário da Iza, mas enfim, vivendo e aprendendo a andar.