sexta-feira, maio 23, 2008

Saudade


Olá, saudade! Que falta vc me faz!
Que dor a gente sente aqui por dentro, chamando seu nome depois de tanto tempo!
Olá, meu querido! Que só se mostrou assim com a saudade que deixou, discreto como sempre, eternamente você.
Eternamente belo,
eternamente simples,
eternamente especial,
eternamente saudade.
Acontece que no Céu, o melhor Papai do mundo também sentiu sua falta e quis você pertinho Dele. Que bom que Ele emprestou você pra gente algum tempo!
Estar com você foi bom demais, ver este sorriso de olhar apertadinho não tem preço que pague! É simplesmente privilégio ter vivido ao seu lado.
E pra despedida digo: Olá, saudade! Porque a saudade não vai embora nunca.


*São quase dois anos.
"E lá se vai mais um dia"

quinta-feira, maio 15, 2008

Indícios de amar você


Numa manhã comum amanheci com certa reticência na alma. Não havia nada errado, nada especial. Percebi que o dia frio não me esfriava e uma melodia cantarolava dentro de mim.
Levantei, trabalhei, almocei normalmente. A vida não pára só pelo encanto do vento.
Notei suspiros no escorrer do dia, sorrisos bobos soltos por mim.
Havia sorrisos em todas as coisas, porque tudo estava bem demais!
E nada havia que me aborrecesse, nem me cansace, nem me doesse.
Lembranças chegavam com expectativas futuras, tudo se mistura neste estado da alma.
E todo mundo era tão lindo, tão menino, tão singelo de se ver! Eu não liguei pra nada o dia inteiro, não morri de amores, nem de dores, nem vi nascer, nem morrer ninguém.
Falavam comigo e eu não respondia, insistiam e eu soltava um "aham" pra acabar o assunto.
Pensar em você era uma saudade enorme, imensurável, cansada de esperar o tempo que não passa! E então virava uma agonia, um nó no peito, um pássaro querendo voar... Reprimido, escondido, preso na gaiola do ser.
E a vida correndo atrás do tempo, e o tempo atrás da morte, e a morte atrás de mim.
E eu nem notei! Era tanta coisa pra ver naquele dia, seu rosto invadindo minha mente o tempo todo, sem se cansar de aparecer pra mim.
Até você chegar e conversar, e falar, e ouvir e ser apenas você. E eu, mais uma vez sem prestar atenção no óbvio, apenas lendo os escritos do tempo, juntei num momento os indícios que me perseguiram o dia inteiro. E achei que eles, somados a você traziam o verbo amar de novo em mim.
Descobri que te amava assim, meio sem querer, pelos indícios de mim num dia comum. Não pude evitar e a culpa é toda sua.
E o medo me apareceu num susto! Calei a verdade até onde pude.
Mas não pude ir muito longe. Sei lá, o tempo abriu a gaiola para amar você. E o pássaro pôde enfim se aquietar, e uma árvore começa a crescer sem medo, querendo apenas ver você sorrir à sombra dela.

quinta-feira, maio 01, 2008

Bolha de encanto


Não há como medir
nem saber a cor
nem a textura
nem quando aconteceu
não poderia prever
não posso saber pra onde vai
não dá pra contar
nem soletrar
nem definir
Só posso sentir.
Saudade de coisa nenhuma que vem e sussurra seu nome pra mim.
É mais que gostar, talvez seja amar.
É um encantar
simples e frágil
renovado a cada dia.
Como uma bolha de sabão
colorida de vida
que vai ao vento
e cresce para encantar os olhares
Encanto-me contigo a cada momento,
cada gesto, cada som.
Encanto-me conosco a viver tanto e nada!
Encanto-me com a vida que ventou a gente aqui.
Encanto-me comigo que jurei não encantar-me com mais ninguém.
Mas é tão bom encantar-me assim!

(março/2008)