sexta-feira, junho 08, 2012

Está aí?

Pra onde foi o texto do post?
Aquele sorriso que se apertou pra não explodir?
Onde deixei as chaves do carro e a felicidade que não cabia aqui?
Cadê o casaco do ano passado?
Cadê as notas que dedilhava de cor?
Onde parou a receita do bolo?
Onde parou o plano maior?
Quem escondeu aquilo que sente?
Quem vomitou tudo na gente?
Quem viu passar o choro alheio?
Quem pôde ver além da própria dor?
E quanto ao troco perdido no passeio?
Quem se importa com o custo do amor?
Quem pode ver além do espelho?
E o tal respeito pelo próximo, quem foi que trouxe?
Como é que então se exige o meu?
Quem sabe olhar pra si e ver o que falta?
E ao mesmo tempo ver o bem no amigo seu?
Quem pode chamar de amigo de verdade
quem transpareceu uma falha?
E quem pode dizer que é preciso ser mais forte,
é preciso ser mais belo, é preciso servir mais e exigir menos?
Quem pode dizê-lo sem antes precisar ouvi-lo?
Pra onde foi o texto do post?

sexta-feira, junho 01, 2012

Dores e Penas


Há tempos essas dores vêm e vão.
Não há espaço, não caibo em mim.
A poucos minutos eu cabia naquela casca e agora eu mesma a quebrei.
Está em pedaços como tantas outras já estiveram.
E será que ninguém sentiu falta delas?
E será que ninguém pensou o que faria fora delas?
E o que fazer com sua casca em pedaços?
E o que fazer com os pedaços de mim?
Minhas penas crescem a cada dia.
Grandes penas. Duras penas!
E como dói crescer!
Dores e desamores por todos os lados.
Não há canto que não doa, não há pranto que me caiba.
As dores que se vão são dores que se esquecem de doer,
adormecem dentro em mim pra despertar em outro lado da nova casca que sou.
E as penas crescem.
Que serei? Quem serei? O que a vida vai fazer de mim?
Que pés são esses que apontam três caminhos adiante e o passado?
Que face é essa de olhos maiores e lábios voltados para baixo?
Quando passei a ver mais longe?
Quando passei a cantar mais alto?
E as penas crescem.
Quando minhas penas crescerem a ponto de eu não mais poder carregá-las, elas me carregarão.
Voarei pra longe de tudo isso.
E morrerei de saudades.
Voarei para longe de mim. Ou para longe do que fui.
Então talvez eu vire estória.
Ou talvez uma chama faça nascer algo das dores de mim.