segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Se acabar num abraço


Às vezes me sinto só, querendo que o mundo se acabe à minha volta.
Hoje quero que este tenebroso e sombrio, cruel e desavisado mundo se acabe num abraço. Mas acabe.
Talvez porque tudo o que preciso seja me acabar e um abraço, talvez os dois na mesma dose, ou só aquele abraço que me faça morrer sorrindo.
A tristeza me invade como o sol invade o céu. À medida que se abre, descobre tudo o que há em seu caminho, o sol. Mas este que me aponta é um sol triste, meio cinza, querendo ficar na cama até que o dia passe.
A tristeza me invade com seus enteados e filhos: lágrimas, apertos no peito, medo, insegurança, olhos inchados, semblante caído, soluços, choro abafado, face cansada, ouvidos surdos, dores que vêm me jogar na cara toda a dor que me causa essa tristeza, toda a tristeza que me causou esta noite.
E não quero ver a cor da vida até que em mim haja de novo a paz, até que se acalme meu pequeno passarinho que agora só quer ficar preso. Até que, enfim, ele voe novamente e o verme da tristeza não o venha atormentar.
O dia até que tenta me levar em outros ventos, mas hoje meu passarinho não quer bater as asas, só quer um ninho escuro e quente com um raiozinho de luz bem longe! Lá no interior de outra terra, um raiozinho q brilha tentando clarear o meu dia que parece noite, animar o meu passarinho até podermos voar todos novamente.