sábado, agosto 25, 2007

Um velho amigo meu


Devo me deter num detalhe de anteontem, mesmo dia em que O vi.
É que só hoje couberam em minha mente letras dispersas, sem imagens que levam-me a vê-lo novamente.
Enfim, anteontem foi um dia feliz!
Cansativo, sim, mas também feliz!
Porque vi um velho amigo. Não um amigo velho (pra quebrar o galho dele), um velho amigo sim.
O dia corria como os carros, os carros como foguetes e os foguetes como raios, mas anteontem não havia raios.
Porque anteontem foi um dia feliz e o sol, pra combinar, brilhou como o faz em dias assim.
Eu estava cansada e havia muitas coisas a fazer, minha mente retomava sua lucidez depois de ver um certo alguém. Eu andava distraída pela rua, balbuciando coisas banais ao meu irmão. Entramos no prédio, tomamos o elevador, sentamos no sofá, abri a revista e vi meu velho amigo!
Está magro, alto, de branco, com um belo e cansado sorriso!
Não mudou absolutamente nada!
Há tempos não o via! E peço licença a quem puder cedê-la de me alegrar em vê-lo. É que é pra mim um amigo, um bom e velho amigo.
Esse tempo não nos permitiu conversar muito, mas resolveu dar uma trégua pra dizermos "bem, obrigado".
Luzes não piscaram, pássaros não cantaram -não cantam mais em cidade grande.
Falamos de dente, de bicho, de gente, de planos, citei meus escritos, sem resposta até então; mas nada muda o fato de me ver feliz pelo simples e singelo motivo de que vi um velho amigo meu!
Depois o dia escorreu como água de rio, nem vi pra que lado foi.