Se escrevo é para afogar as mágoas do peito e ver nadarem as ideias da mente.
terça-feira, maio 17, 2011
O estranho amor
O problema de amar é não ter receita pra isso.
Não dá pra saber quantos olhares lançar no horizonte,
nem quantas vezes suspirar de saudade.
Os batimentos cardíacos parecem panelas caindo no chão,
e a gente fica estabanado.
Bate dedo, bate porta, esquece fogo aceso.
Esquece a vida inteira pra pensar em alguém.
Amar é cozinhar de olhos fechados,
a gente nunca sabe no que vai dar.
Só a lembrança do cheiro da pessoa amada abre o apetite da gente.
E quando ela chega o estômago se embrulha todo de presente.
Dá um buraco no peito, uma dor estranha...
E quando a pessoa amada chega é como se a gente queimasse a língua.
Fala tudo errado, tudo embolado,
ensaia palavras que teimam em não sair
e estampam uma cara de bobo na cara da gente.
Amar é realmente estranho, parece febre.
A gente fica mole, com a vista embaçada... e delira!
O amor é piada que só a gente acha graça.
E passa o dia inteiro rindo sozinho, passa sozinho na rua rindo de nada pelo canto da boca.
Amar é a coisa mais estranha do mundo.
Mas quando a gente ama, a gente não liga muito pro mundo.