segunda-feira, setembro 08, 2014

Reescrita. Releitura.

Há muito quero reescrever como antes.
Há muito!
Deveria ter-lhe invocado antes.
O senhor, velho e querido Braga, traz à superfície de mim o que um dia achei nos seus livros. Fragmentos do meu melhor eu, escravo das palavras.
É que isso está me matando, poeta!
E me matando por não me matar!
Me incomoda não morrer por isso.
Me incomoda não matar por isso.
E o que há de ser então?
Que graça tem a vida se a gente não morrer de amor?
E que graça tem ser amado se não matar de amores?
É que não é aquele amor. E não era mesmo pra ser. E que graça tem então?
Sabe, poeta, ele acha que me matou. Mas não.
E eu pensei que o mataria. Não sei ao certo, mas acho que não.
É por aí, poeta. É bem por aí o que me mata. Mas estou aqui, vivinha! Porque o quase não mata ninguém.
E de quases o mundo já anda saturado!
Que graça tem quase amar?
Quase ser amado... Quase matar, quase morrer... Quase viver... Quase é muito entediante! Até escrever: quase - quase dá sono! Que grande merda deve ser viver de quases!
Eu gosto assim, poeta, como o senhor!
Total e completamente inteiro.
É tudo! Ou não é e pronto.
Sem pseudopoesia barata. Sem quase.
Poeta, vou parar aqui. Texto grande é muito chato. Ligo mais tarde pra retomar. Vamos tomar um café qualquer dia! Eu sinto a sua falta, poeta. Sinto muito.